O EFEITO DOMINÓ DAS BOLHAS
Mais do que ficar entregue ao desespero da crise americana, que a todos envolve, de cuja virulência não se duvida, vale mais sair em busca de uma explicação razoável, que não se deixe algemar pela "teoria da ambição", crendo que tudo se resolverá quando um controle rigoroso se tornar efetivo no campo das transações comerciais do capitalismo selvagem. A ambição está em toda parte e em todas as épocas. Nem por isso a derrocada a que agora se assiste é de todos os momentos. Ocorreu em 1929 e volta a se apresentar agora, com a força de um tsunami, cujas ondas vão se tornando gradualmente maiores e mais violentas. Ninguém se dá conta, a esta altura dos fatos, de que exista um fator, que não é da ordem do dinheiro e que dá início ao efeito dominó que hoje submete o capitalismo globalizado. Este fator não é mais do que um mito de ilimitada extensão a que se dá este nome: deus.
Um episódio como este (de "estouro da bolha"), não é bem um "castigo de Deus", como facilmente se diz, uma vez que esta expressão já supõe a existência da entidade apontada pelo mito e resguardada pela crença. Para além de todos os cálculos e de todas as teorias econômicas que sustentam o capitalismo por longos períodos, há ainda uma crença inconsciente num deus, que se sobrepõe à racionalidade de um considerável grupo de pessoas, que se entregam a riscos inaceitáveis, certos de que algo os ajudará.
A chamada "mão misteriosa" de Adam Smith não passa de uma nomeação eufemística deste algo que, de repente, arruma todas as bagunças criadas pela ambição humana insopitável, de um grupo contaminante.
O capitalismo tem recursos de contenção para um incontável número de tramóias e trapaças no campo de expansão da moeda, mas não sabe lutar com o poder dos mitos, de que a experiência humana está impregnada.
O mito da "mão misteriosa" tem seu correlato isuspeitável na lenda do "historicismo marxista", que serviu de justificativa à implantação violenta de alguns regimes socialistas, fracassados. A história, que é feita pelos homens, não oferece todo esse grau de previsibilidade. A história é muito mais o relato das coisas acontecidas do que das que estão por vir. O resto é desejo...
O ser humano só vai estar livre destes enganos, aparentemente inexplicáveis, quando for capaz de reconhecer os mitos que inundam seu pensamento racional. A culpa não é do Capitalismo nem do Socialismo, mas da tolice humana.
Um episódio como este (de "estouro da bolha"), não é bem um "castigo de Deus", como facilmente se diz, uma vez que esta expressão já supõe a existência da entidade apontada pelo mito e resguardada pela crença. Para além de todos os cálculos e de todas as teorias econômicas que sustentam o capitalismo por longos períodos, há ainda uma crença inconsciente num deus, que se sobrepõe à racionalidade de um considerável grupo de pessoas, que se entregam a riscos inaceitáveis, certos de que algo os ajudará.
A chamada "mão misteriosa" de Adam Smith não passa de uma nomeação eufemística deste algo que, de repente, arruma todas as bagunças criadas pela ambição humana insopitável, de um grupo contaminante.
O capitalismo tem recursos de contenção para um incontável número de tramóias e trapaças no campo de expansão da moeda, mas não sabe lutar com o poder dos mitos, de que a experiência humana está impregnada.
O mito da "mão misteriosa" tem seu correlato isuspeitável na lenda do "historicismo marxista", que serviu de justificativa à implantação violenta de alguns regimes socialistas, fracassados. A história, que é feita pelos homens, não oferece todo esse grau de previsibilidade. A história é muito mais o relato das coisas acontecidas do que das que estão por vir. O resto é desejo...
O ser humano só vai estar livre destes enganos, aparentemente inexplicáveis, quando for capaz de reconhecer os mitos que inundam seu pensamento racional. A culpa não é do Capitalismo nem do Socialismo, mas da tolice humana.
About: Waldemar Zusman
Site: Vértice Psicanalítico