A IMAGEM DE SI MESMO
O Assassinato da menina Isabella, lançada para a morte definitiva pela janela do 6.º andar da casa onde morava, pelo pai e pela madrasta, como parece crer a maioria da população, acompanha-se de uma comoção generalizada. É assunto de todas as conversas e vem ocupando a primeira página de todos os jornais.
Uma atenção mediana permite perceber que ninguém se dispõe a aceitar esse crime – que, convenhamos, é hediondo – como algo que faz parte desse estranho e extenso cardápio de comportamentos, de que são compostos os seres humanos.
É esta intolerância ansiosa que explica o apedrejamento do pai e da madrasta de Isabella, por parte da população que não pode esperar pela condenação do tribunal, e prefere matà-los a pedradas, ainda que isto seja também um comportamento criminoso.
Por aí se vê que há crimes e crimes, e que a tábua de valores dos humanos não é absolutamente “democrática”. Sabe-se que nos presídios há certos crimes que os próprios detentos não toleram, o que os leva a fazerem justiça com as próprias mãos.
O apedrejamento é um velho costume, data dos tempos bíblicos – todos sabem. A civilização já o proscreveu. Quando um crime desses reaparece, ele colide e ameaça romper com a concepção de mundo, e a imagem de si mesmo, que cada um leva consigo, conscientemente ou não. A maneira como cada um se concebe, se representa, implica em inclusões e exclusões de comportamentos.
Ao processo educacional, grande responsável pelo comportamento de cada um, soma-se ainda o exemplo que se dá: o que se diz e o que se faz. Ambos concorrem para a construção do modelo que define nosso modo de ser. Tudo o que não convém às normas da civilização, passa por um processo repressivo e fica guardado no inconsciente. Não se extingue, nem se evapora. Fica reprimido, pelas forças do Super-Ego.
Em certas circunstâncias críticas vem à tona, com maior ou menor intensidade.
Esse é o maior temor que se tem, habitualmente. É desse medo que resulta, neste caso, o impulso ao apedrejamento e a grande comoção que um crime como o da Isabella, produz. Reage-se a ele para reforçar nossos processos repressores. Nossa repulsa nos acalma ao transformar em dogma a rejeição ao comportamento hediondo que acabamos de presenciar.
Uma atenção mediana permite perceber que ninguém se dispõe a aceitar esse crime – que, convenhamos, é hediondo – como algo que faz parte desse estranho e extenso cardápio de comportamentos, de que são compostos os seres humanos.
É esta intolerância ansiosa que explica o apedrejamento do pai e da madrasta de Isabella, por parte da população que não pode esperar pela condenação do tribunal, e prefere matà-los a pedradas, ainda que isto seja também um comportamento criminoso.
Por aí se vê que há crimes e crimes, e que a tábua de valores dos humanos não é absolutamente “democrática”. Sabe-se que nos presídios há certos crimes que os próprios detentos não toleram, o que os leva a fazerem justiça com as próprias mãos.
O apedrejamento é um velho costume, data dos tempos bíblicos – todos sabem. A civilização já o proscreveu. Quando um crime desses reaparece, ele colide e ameaça romper com a concepção de mundo, e a imagem de si mesmo, que cada um leva consigo, conscientemente ou não. A maneira como cada um se concebe, se representa, implica em inclusões e exclusões de comportamentos.
Ao processo educacional, grande responsável pelo comportamento de cada um, soma-se ainda o exemplo que se dá: o que se diz e o que se faz. Ambos concorrem para a construção do modelo que define nosso modo de ser. Tudo o que não convém às normas da civilização, passa por um processo repressivo e fica guardado no inconsciente. Não se extingue, nem se evapora. Fica reprimido, pelas forças do Super-Ego.
Em certas circunstâncias críticas vem à tona, com maior ou menor intensidade.
Esse é o maior temor que se tem, habitualmente. É desse medo que resulta, neste caso, o impulso ao apedrejamento e a grande comoção que um crime como o da Isabella, produz. Reage-se a ele para reforçar nossos processos repressores. Nossa repulsa nos acalma ao transformar em dogma a rejeição ao comportamento hediondo que acabamos de presenciar.
About: Waldemar Zusman
Site: Vértice Psicanalítico